
A Índia é diversidade. É o país de centenas de etnias e grupos tribais, fruto de uma complexidade cultural que se desenvolveu ao longo de séculos de migrações e casamentos mistos. Uma em cada seis pessoas no Mundo vive aqui, um país com 1.37 biliões de almas.
Em 15 imagens proponho mostrar um pouco da Índia religiosa, étnica e social.
A Índia é um mosaico de religiões, com 80% da população a praticar o hinduismo, 13% de muçulmanos 2,3% de católicos, 1,9% de sikhs, 0.8% de budistas e 0.4% de jainistas. As pessoas que afirmam não professar nenhuma religião representam 0.9% da população.

Através deste ritual o crente purifica-se dos seus pecados ao mergulhar nas águas sagradas do rio
Principal religião da Índia, o Hinduísmo é um tipo de união de crenças com estilos de vida. A sua origem remonta a cerca de 3 000 a.C na antiga cultura Védica. É actualmente a terceira maior religião do mundo em número de seguidores. Em muitos templos hindus no norte da Índia a entrada é franqueada aos não crentes. Em Varanasi, entrei no Templo Vermelho e participei na cerimónia de oferenda à Deusa Durga. Em Goa não tive a mesma experiência porque apenas se pode visitar a parte exterior dos templos.

A vida dos indianos é fortemente marcada pela religião e muitas das celebrações e manifestações culturais são de origem religiosa. Todos os dias, várias vezes ao dia, os crentes, qualquer que seja o credo que professam, fazem uma pausa para rezar aos seus deuses ou para fazer uma oferenda. Nos diversos altares existentes na rua, nos templos, nas suas casas.

Fatehpur Sikri
O islamismo chegou à Índia por volta do século VII, trazido pelos comerciantes árabes muçulmanos. A primeira mesquita da Índia – Cheraman Juma Masjid – foi construída em 629 (durante a vida do profeta Maomé), em Kerala. Em 711, os Califas da Dinastia Omíada, sediada em Damasco, nomearam um jovem de 17 anos da cidade de Taif para controlar Sindh, uma terra rica à beira do rio Indus, na região que é hoje o Paquistão e que à época integrava a Índia. Era o início da expansão do islamismo no país. Nos dias de hoje, tal como no passado, é no Norte da Índia que se encontram as maiores comunidades muçulmanas.
Apenas os professantes do islamismo são autorizados a entrar na mesquita.

A Índia é um Estado Laico e aceita várias religiões e várias formas de viver a religiosidade. No caso particular das mulheres, quase todas elas usam a cabeça tapada, muitas vezes com um simples lenço, outras com um véu, independentemente da sua religião ou posição social. Mulheres há, em muito menor número, que cobrem completamente a cabeça e o rosto, em sinal de profunda convicção islâmica.

Crê-se que foi em 52 d.C. que o cristianismo chegou à Índia pela mão de São Tomás. Em Kodungallur, no Estado indiano de Kerala, baptizou alguns nobres da região e ali se ergueram as Sete Igrejas dedicadas a este apóstolo de Jesus.
É interessante ver aos fins de semanas as famílias hindus a visitarem esta igreja.

A religião sikh foi fundada na Índia no século XV, em ruptura com o hinduísmo e, em grande parte, com o sistema de castas. Em punjabi o termo sikh significa “discípulo forte e tenaz”. A doutrina básica do sikhismo consiste na crença em um único Deus e nos ensinamentos dos Dez Gurus do sikhismo. Como curiosidade saiba-se que o termo Guru resulta da combinação de Gu e Ru. Gu significa escuridão e Ru significa luz. Os sikhs entendem, assim, que guru significa “a Luz que dissipa as trevas”.
Os sikhs são maioritariamente oriundos de famílias de comerciantes.

Não é pacífico qual terá sido o local de nascimento de Sidarta, aquele que o mundo actual conhece pelo nome de Buda. Muitos reconhecem ter sido em Lumbini, uma localidade no Nepal, já perto da fronteira com a Índia. Este será o primeiro lugar sagrado da vida de Buda. Os três outros estão associados ao momento da auto-revelação de Buda (em Bodh Gaia, no Nordeste da Índia), ao seu primeiro discurso (Sarnath, no Norte da Índia) e, finalmente, ao local onde morreu com 80 anos e onde se proclama que tenha ascendido ao nirvana (Kusinara, igualmente no Norte da Índia). A presença do budismo na Índia remonta, assim, aos séculos 566 a 486 a.C., há mais de 2 500 anos.
Não é raro na Índia encontrar quer muçulmanos quer hindus que adoptam para si valores e práticas do budismo. Talvez porque o budismo não seja uma religião mas uma filosofia de vida, que integra fortes valores humanistas.

Vamos dar um salto para a parte social. Falando de profissões há que dizer que muitas são executadas na rua. Uma delas é a de tirador de cera de ouvidos. É comum verem-se também barbeiros, passadores de roupa e costureiros.

Os vendedores de comida estão por todo o lado e vendem as mais variadas especialidades.

As classes sociais mais baixas da Índia têm imaginação fértil no que toca a criar actividades que lhe podem trazer algum dinheiro. Encantadores de serpentes e tocadores de flauta, são alguns dos artistas que se vêm pelas ruas em toda a Índia.

Sem cair em grandes generalizações pode dizer-se que as populações do centro-norte e do noroeste da Índia têm afinidades étnicas com os europeus e os indo-europeus da Europa, da região do Cáucaso e do sudoeste e centro da Ásia.

No nordeste da Índia e na região oeste dos Himalaias a maioria da população encontra as suas raízes nos povos do Tibete e da Birmânia. Embora a Índia tenha uma grande diversidade étnica, as estatísticas agregam as populações em três grandes grupos: as pessoas de origem indo-ariana (72%), os dravidianos (25%) e as de origem tibetana ou outra (3%).

Na Índia falam-se mais de 19 500 línguas maternas, segundo o último Censo, realizado em 2018 e muitos dos sub-grupos étnicos estão identificados com base na língua que falam.

Independentemente da língua e da religião de cada um a partilha e a vida em família alargada é comum às gentes da Índia.
Mais um “passeio” por Índia cheia de cor e de rostos vividos.
Obrigada pelas imagens e vejo que é bem corajosa!
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Obrigada por seguir o blogue, por ler os artigos e pelos gentis comentários, Graça. As gentes da Índia e as suas cores são das coisas mais belas que tem este país. Corajosa ou curiosa? Um abraço.
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